Altú Paganach

Tuesday, January 16, 2007

Depois de um hiatus, eis que volto...
Esses dias, andei pensando na arte de maneira geral, e a importância da mesma em minha vida
Só através dela consigo expressar na medida, os entendimentos de meu coração
É nela que busco um consolo, faço dela meu sorriso e meu pranto.
Sempre uma amiga com sua linguagem universal e tradutora das paixões humanas.

O artista é o criador de coisas belas. Revelar a arte e ocultar o artista é a finalidade da arte.
O crítico é aquele que pode traduzir de um modo diferente ou por um novo processo, a sua impressão das coisas belas. A mais elevada, como a mais baixa das formas de crítica é uma espécie de autobiografia.
Os que encontram significações feias em coisas belas são corruptos sem serem encantadores. Isto é um defeito. Os que encontram belas significações em coisa belas são cultos. Para estes há esperança. Existem os eleitos para os quais as coisas belas significam unicamente Beleza.
Um livro não é, de modo algum, moral ou imoral. Os livros são bem ou mal escritos. Eis tudo.
A aversão do século XIX ao Realismo é a cólera de Calibã por ver o seu próprio rosto num espelho. A aversão do século XIX ao Romantismo é a cólera de Calibã por não ver o seu próprio rosto num espelho.
A vida moral do homem faz parte do tema para o artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito.
O artista nada deseja provar. Até as coisas verdadeiras podem ser provadas. Nenhum artista tem simpatias éticas. A simpatia ética num artista constitui um maneirismo de estilo imperdoável.
O artista jamais é mórbido. O artista tudo pode exprimir.
Pensamento e linguagem são para o artista instrumentos de uma arte.
Vício e virtude são para o artista materiais para uma arte. Do ponto de vista da forma, o modelo de todas as artes é a do músico. Do ponto de vista do sentimento é a profissão do ator.
Toda a arte é, ao mesmo tempo, superfície e símbolo.
Os que buscam sob a superfície fazem-no por seu próprio risco.
Os que procuram decifrar o símbolo correm também o seu próprio risco. Na realidade a arte reflete o espectador e não a vida.
A divergência de opiniões sobre uma obra de arte indica que a obra é nova, complexa e vital.
Quando os críticos divergem, o artista está de acordo consigo mesmo.
Podemos perdoar a um homem por haver feito uma coisa útil, contanto que não a admire. A única desculpa de haver feito uma coisa inútil é admirá-la intensamente.
Toda arte é completamente inútil.


Prefácio de “O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde

3 Comments:

At 8:57 AM, Anonymous Anonymous said...

.

 
At 9:16 AM, Anonymous Anonymous said...

eu amo esse livro :D

 
At 6:46 PM, Blogger Chellot said...

"...a beleza, a verdadeira beleza, acaba onde principia a expressão inteligente..."
Gostei de Lorde Henry.

Cada um busca consolo naquilo que lhe dá mais prazer. A mim o que me consola é escrever.
Nada na vida está perdido para sempre. Se temos desilusões, fraquezas, quedas, sofrimentos também temos ilusões, coragem, elevações, alegrias.
Tudo parte da noção de equilíbrio. Numa balança temos que pensar quais dentre estes dois lados pesam mais. Se deixarmos que sejamos puxados para um lado, ñ saberíamos como é o outro lado e ñ poderíamos ter uma base conceitual e vívida dos dois lados, se é que vc me entende.

Iniciaste o ano de 2007 muito bem. Espero que eu venha mais aqui para ler suas postagens e comentar é claro.

Beijos saudosos.

 

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