Altú Paganach

Sunday, April 23, 2006

Onírico desejo

Adormecem em espera desejos
Que segredam o meu peito
Que sonham em se tornarem gestos
Divagam sem descanso
Sitiam por assalto a minha ociosidade
E varrem ruas
Voam em brisas
Caminham em cidades
Caem como orvalhos
Explodem como gotas
Jaz descansam sobre a tua pele deitada em algum lugar
No distanciar das horas
À sombra de tua atenção
No desvio de teus olhos hialinos
A fome de um alimento raro
Um navegante que se ilude por terras longínquas
Lamenta o pôr do sol,
Por saber que mais um dia se foi sem ter visto o mar
Ilusão ou espera aflita...
Chora agarrada as nuvens
Na chegada da aurora
Desapercebida no vai e vem de algumas vidas
Pois corre em um galope astral
Que desconhece os porquês
Dos reencontros e reentrâncias no vagar das eras
Hoje um turbilhão de vontades ainda passeiam na alta noite
Acalmam-se no teu corpo
Perpetuam se no teu leito
Se espalham em abraços
Confundem se dois em um
Abandona se a razão
Dá se as mãos ao sagrado
Segue em rito profano
Perde se na eternidade
Onde o sonho faz se real
Onde o real torna se sonho

Felipe mac Lugh

Wednesday, April 19, 2006

19 de Abril , dia do índio

É de certo que pouca importância é dada hoje em dia para tal data , normal para uma nação que atualmente tem dado cada vez menos valor aos seus índios, verdadeiros ancestrais dessa terra .
O que sabem de sua cultura ?
O que sabem de sua religião e hábitos ?
Nada. O que temos de estudos sobre tais tribos nos dias de hoje, é pouquíssimo.
Os nativos estão cada vez mais se tornando como o homem branco por culpa do mesmo,
Que há séculos em diferentes épocas fez questão de acabar com suas tribos, enterrando seus costumes, restando apenas um resquício de nativos.
Quanto às línguas indígenas dessa terra: Aonde estão?
Quem às conhecem além de um pequeno grupo de pesquisadores?
É ridículo o que fazemos neste dia em que chamamos de dia do índio, pois dia do índio e todo dia , pois tais aspectos da ancestralidade dessa terra continua em nossas vidas: nomes de muitas coisas que fazem parte do nosso dia-dia , como cidades, lugares , bairros , frutos e alimentos, estão também na grande parte do sangue dessa nação, estão em alguns hábitos e etc...
Não é vestindo nossas crianças de índios, não é na tentativa de tornarem como brancos os nossos índios que os louvaremos, mas sim dando dignidade e respeito, os protegendo e estudando sua cultura geral para trazer as futuras gerações, não deixando esse legado morrer.
Vergonhoso é o nosso passado, e continua sendo aquilo que é feito com o nativo, ainda há disputa de terras e conflitos envolvendo tais tribos, que lutam para sobreviver em meio ao caos. Como o caso das tribos Yanomamis, Macuxis e outras que estão sempre em conflito com o homem branco, que por sua vez tenta se apossar de suas terras ou criar alguma espécie de problema, assim também temos outras tribos na Amazônia que correm risco de extinção , pois perdem de forma gradativa suas terras para invasores que matam grupos inteiros de nativos, como um caso próximo à cidade de Chupinguaia a anos atrás pecuaristas que sabiam da existência de índios isolados em suas terras teriam mandado presenteá-los com açúcar temperado com veneno de rato. Os poucos que escaparam ao envenenamento teriam sido mortos ou afugentados à bala. No decorrer dessa podre história temos milhares de casos de mal tratos, como a passagem dos antigos usurpadores dessa terra. O descaso com sua religião a qual quiseram matar seus deuses e estórias. Apagados por jesuítas que lhe empurraram mente a dentro o seu cristianismo, graças a isso temos poucos registros sobre seus rituais, sobre sua religiosidade.
O homem branco à séculos quando chegou aqui deu espelhos entre outras besteiras na tentativa de dominar o nativo, se aproveitaram de sua ingenuidade.
E hoje o que dão a eles( além de continuarem a matar vários índios) ?
Dãos luz elétrica, doenças do homem branco, roupas de homem branco, tomam suas terras, queimam os ( quem lembra do índio Pataxó ?)...
Cadê a FUNAI ?
Por mais que a mesma faça algo , é muito pouco do que deve ser feito...
É por essas coisas que choram as nossas matas, que lamentam meus bisavós e tataravôs, é por elas que se inflamam minha pele cabocla, e por elas que se revolta meu sangue tupi.

Sunday, April 16, 2006

É... mais uma parte escura do ano chegando, mais um outono, mais um Samhain, mais um inverno, conflitos e momentos de tranqüilidade , andei bom tempo “limpando a casa” reformulando, pensando em minhas prioridades, assumindo minhas vontades, descobri que não posso viver sem algumas coisas...Pelo fato de fazer metade de 50 anos esse mês, me faz pensar seriamente no que ando fazendo da minha vida, pelo fato do futuro da mesma ser desconhecido, acho de extrema urgência me dedicar a coisas que me dêem gosto,e abraçar causas que possam enobrecer meu espírito... Nesse novo ano que começa, não deixarei nada daquilo que quero para trás.